A Minha Carteira de Investimentos
Última atualização: 22/11/2024
Investimento | % do Portfólio |
---|---|
Nvidia | 26.96 |
Amazon | 13.91 |
Visa | 12.28 |
Alphabet | 9.71 |
Archer Daniels | 7.5 |
Berkshire Hathaway (B) | 6.87 |
Nike | 5.92 |
iShares Core S&P 500 ETF | 5.71 |
Apple | 5.06 |
Meta Platforms | 2.52 |
Microsoft | 2.15 |
Booking Holding | 1.2 |
Visão, Decisões e Estratégias
O último ano tem sido complicado para os investidores da Nike. As ações desvalorizaram aproximadamente 30% (ytd) e estão bem longe do máximo histórico de $179 por ação, atingido em 2021.
Reconheço que foram dados muitos tiros nos pés por John Donahoe, agora ex-CEO. A sua aposta na venda digital por canais diretos, em detrimento das parcerias com os retalhistas e da presença em lojas físicas, trouxe margens mais altas e resultados rápidos. Contudo, esta estratégia teve um custo elevado: ao reduzir a visibilidade nos espaços tradicionais, a Nike abriu caminho para nova concorrência. Marcas como a New Balance, On Running e Hoka One aproveitaram o espaço vazio nas prateleiras para expandir e conquistar milhões de novos consumidores. Este movimento é a maior ameaça à Nike no mercado.
Com a saída de Donahoe, a liderança da Nike passa para Elliott Hill, cuja principal missão será revitalizar a presença no mercado físico e recolocar a empresa no caminho do crescimento sustentável.
Os resultados do primeiro trimestre ilustram os desafios. As receitas foram cerca de 10% inferiores ao mesmo período do ano anterior, um resultado muito desanimador para uma empresa que nos habituou a um crescimento contínuo ao longo dos anos.
As margens brutas estão sob pressão, refletindo-se nas margens operacionais, que agora rondam os 12,7% — significativamente abaixo dos impressionantes 16% registados em 2021. Os lucros por ação (diluted EPS) caíram 26%, para $0,70. A ausência de guidance aumentou a incerteza. Embora se preveja melhores resultados na parte final deste ano, existe a possibilidade de tal não se concretizar, o que poderá provocar uma nova queda acentuada no preço da ação.
Apesar disso, há fatores positivos. A Nike continua a pagar dividendos e a realizar share buybacks, que devem impulsionar a rentabilidade por ação a longo prazo. Além disso, a dívida de longo prazo não aumentou — pelo contrário, foi reduzida — e não representa uma ameaça à sustentabilidade do negócio.
Se dermos um zoom out, a Nike é uma história de crescimento sustentado. O período de boom pós-pandemia levou a uma valorização excecional do preço da ação, mas provavelmente exuberante. Agora, atravessamos uma fase de normalização, e é verdade que algumas das vantagens competitivas da empresa se encontram fragilizadas. Ainda assim, esta está longe de ser uma situação irreversível.
Com um lucro líquido na ordem dos 6 mil milhões de $ e a um P/E ratio nos 20s e pico, a Nike parece-me estar a um preço justo e, a meu ver, mais atrativa do que o mercado como um todo (S&P 500). A empresa tem um moat, a marca, um dividendo atrativo e características que apontam para um forte potencial de valorização, assim que consiga voltar a superar as expectativas trimestrais consistentemente.
Por esse motivo, decidi abrir uma posição no dia 21 de novembro, ao preço de 73,35$ por ação, que representa aproximadamente 5% do meu portfolio.
Curiosamente, sem qualquer notícia relevante de que tenha conhecimento, as ações valorizaram 6% nos últimos dois dias e encontram-se, à data, a 77,40$. Apesar de inicialmente ter planeado aumentar gradualmente a minha posição, a súbita valorização do preço levou-me a adotar uma abordagem mais cautelosa e a rever os cálculos antes de tomar qualquer decisão.
Caso o preço da ação recue para os níveis que identifiquei como atrativos, pretendo investir na compra de mais algumas ações.
A longo prazo, parece-me improvável perder dinheiro ao comprar grandes negócios americanos a um bom preço.