O post de Andy Jassy reforça a minha análise (de um gajo que percebe pouco disto) sobre a Inteligência Artificial. Especialmente a curto e médio prazo, o verdadeiro valor da IA não está na criação de produtos e plataformas que produzem imagens apelativas, chats dinâmicos ou vídeos dignos de Hollywood com apenas quatro palavras. O seu verdadeiro poder está em optimizar a eficiência, reduzir custos, automatizar tarefas e melhorar margens. É precisamente por estas razões que empresas como a Amazon estão a investir biliões nesta tecnologia, sem a qual terão dificuldades significativas em manter-se competitivas.
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Amazon (AMZN) acaba de divulgar resultados do Q2.
Reforcei minha posição antes do anúncio, confiando na sua força. EPS de $1.26 superou expectativas, mas a receita abaixo do esperado está a derrubar as ações cerca de 7% no pré-mercado.
Mesmo assim, continuo otimista. A Amazon, líder em e-commerce e cloud, top 3 em streaming e publicidade, é uma máquina poderosa. Com um enorme potencial para aumentar e muito, a curto e médio prazo, o free cash flow após anos de capex elevadíssimos. Cloud e Advertising cresceram quase 20% YoY. Além disso, a avaliação não me parece assim tão desajustada.
Estarei a bater mal?
Este projeto está parado há demasiado tempo. Trabalho, estudos, negócios e investimentos foram apenas meias desculpas que não justificam a ausência das minhas reflexões aqui.
Recentemente, uma frase do CEO da Alphabet, Sundar Pichai, chamou a minha atenção: “The risk of under-investing is dramatically greater than the risk of over-investing for us here.” Esta frase foi dita durante o anúncio dos resultados do segundo trimestre de 2024.
Achei relevante documentar esta nota, para mais tarde refletir sobre o seu impacto. Espero regressar em breve e explorar como esta ideia se alinha com as minhas visões e preocupações atuais.
Dizer que poupar dinheiro hoje é um erro pode parecer estranho, especialmente para a geração dos nossos pais. Mas, antes de julgarem, deixem-me explicar.
Nos tempos em que Cristiano Ronaldo ainda não tinha ganho a sua primeira Bola de Ouro, poupar fazia todo o sentido. As taxas de juro rondavam os 6% ou 7%, enquanto a inflação estava nos 3%. O teu dinheiro crescia de forma real. Mas essa realidade mudou. Hoje, com taxas de juro a 3% e uma inflação superior, estás a perder dinheiro.
A sensação de que estás a ganhar com uma conta poupança é uma ilusão. Colocas 1000€ no banco e, no final de um ano, tens 1030€. Parece ótimo, certo? Mas se a inflação for maior do que esses 3%, vais comprar menos com 1030€ do que comprarias com os 1000€ no início. O teu poder de compra está a diminuir.
Guardar dinheiro é importante? Sim, claro. Ter liquidez para emergências ou objetivos de curto prazo é essencial. Mas poupar em excesso num ambiente em que a inflação supera as taxas de juro é um erro.
Investir em ativos que historicamente funcionam bem em períodos de inflação é a estratégia mais lógica. Imóveis, por exemplo, são uma opção sólida. Todos precisam de um lugar para viver, e ao longo do tempo, tanto as rendas como o valor dos imóveis tendem a acompanhar, ou até superar, a inflação.
Mas a minha estratégia favorita são os índices de mercado. Não precisas de ser um génio da bolsa para entender: um fundo de índice acompanha o desempenho de um conjunto de empresas. Quando investes nas 500 maiores empresas dos EUA, por exemplo, estás a diversificar o risco. Não precisas de escolher a empresa vencedora, estás a beneficiar do crescimento económico e da inovação de várias ao mesmo tempo.
Se quiseres algo mais diversificado, há fundos que seguem as maiores empresas globais. O melhor? Custos baixos e uma forma simples de acompanhar o crescimento ao longo do tempo.
Sim, o mercado é volátil. Sim, o teu investimento pode cair 20% ou mais num ano. Mas a longo prazo, a história mostra que as empresas inovam, crescem e criam valor.
No entanto, o dinheiro parado no banco está a perder valor todos os dias. Evitar investir por medo da volatilidade significa, na prática, aceitar a perda gradual de poder de compra. Faz as contas e toma uma decisão informada.
Um erro recorrente de muitos empreendedores, que já me custou caro, é tentar que os seus produtos/serviços sejam do agrado de toda a gente.
É difícil, mas crucial, admitir: “Este produto não é para ti”. Ao contrário do que se pensa isto não é uma falta de respeito, mas sim uma forma de respeitar o tempo e as expectativas do cliente.
Imaginemos um grupo de bailinhos de Carnaval da Ilha terceira a entrar num salão e, por alguma coincidência invulgar, deparar-se com uma plateia exclusivamente composta por uma excursão de turistas japoneses. Após 40 minutos, o espetáculo não arranca uma única gargalhada ou aplauso. O evento revela-se um fracasso. Diante deste cenário, os artistas começam a duvidar de si mesmos, ponderando se a falta de sucesso se deve à sua própria incapacidade de cantar e compor teatro de crítica social. Contudo, será uma questão de falta de talento, ou é a plateia que não entende português e não tem como apreciar o contexto humorístico e social do espetáculo?
É necessário aprender a ignorar os que não entendem a piada. A opinião sobre o nosso negócio por parte de quem não se enquadra no público-alvo não é necessária, nem relevante.
No meu percurso como empreendedor, cedi, mais vezes do que me gostaria de admitir, às pressões de satisfazer a todos na expectativa de angariar um maior número de clientes. Sempre que me faziam uma critica ou um pedido especial despendia de energia, tempo e recursos para que os meus produtos e serviços fossem de encontro a essa mesma expectativa. Por exemplo, ambicionava que o espaço servisse duplamente como um oásis tranquilo onde turistas pudessem imergir na sublime beleza natural da ilha ao lado do mar, e ao mesmo tempo, como um ponto de encontro efervescente para os jovens locais viverem tardes e noites animadas, partilhar brindes e usufruíssem da liberdade de serem ruidosos. Raramente funciona. O que acabas por ter é um espaço aborrecido para todos e bom para ninguém. Aprendi que ‘toda a gente’ é um público demasiado vasto e disperso, tornando impraticável a tarefa de influenciá-lo de forma eficiente.
Teria sido mais prudente definir claramente, desde o início, as alterações específicas e as operações que pretendia implementar.
Atualmente, a minha estratégia passa por identificar o menor mercado viável. “Quantas pessoas são necessárias servir para que esta atividade compense todo o meu esforço?”
Se estou limitado a servir 150 pessoas, vou escolher as 150 pessoas mais alinhadas com o meu conceito. É essencial atender às necessidades e aspirações dos clientes que pretendo servir, uma vez que, ao estarem satisfeitos, estarão mais propensos a partilhar a minha oferta de valor com indivíduos de perfil semelhante.
Ser específico é uma virtude.
Ano novo, vida nova? Esta frase, tão comum, muitas vezes não reflete a realidade para muitos de nós. Afinal, as resoluções de ano novo, acompanhadas de notas e post-its motivacionais raramente são suficientes para superar a homeostasia – a tendência natural do ser humano para se acomodar a um estado de equilíbrio e conforto. É preciso muito mais do que isso para desafiar um princípios identificado em praticamente todos os sistemas do universo. Para realmente combater essa tendência é crucial adotar estratégias profundas e consistentes centradas no desenvolvimento de hábitos e treino intencional.
No seu primeiro post do ano, Seth Godin aborda os dois chapéus da produtividade: o chapéu das tarefas e o chapéu da iniciativa. O chapéu das tarefas, que inclui atividades como ler emails, organizar e limpar o local de trabalho, ou rever documentos, forma a espinha dorsal da nossa produtividade diária. Apesar de importantes, essas tarefas muitas vezes não nos desafiam a sair da nossa zona de conforto. Por outro lado, o chapéu da iniciativa representa uma abordagem proativa para encontrar novos problemas, procurar ferramentas inovadoras e fazer perguntas mesmo sem a certeza de uma resposta ou qualquer garantia de sucesso.
Godin menciona que Neil Gaiman tem uma solução simples para o bloqueio de escritores: isolar-se em espaços onde não há tarefas a fazer, longe de distrações como emails e redes sociais. O objetivo é criar um ambiente onde nada é produtivo além da iniciativa.
Este blog é o meu compromisso com o chapéu da iniciativa. Procuro novos desafios empresariais, académicos e profissionais, e esforçar-me para ser mais presente e envolvido como homem de família. Mais do que um espaço para a partilha de opiniões, este blog é uma ferramenta de treino intencional e um meio para avaliar e refletir sobre o meu progresso ao longo do ano.
Ao documentar as minhas experiências, desafios e aprendizagens, espero evoluir como pessoa e inspirar outros a colocarem o seu próprio chapéu da iniciativa.
Que 2024 seja um ano de produtividade extraordinária.