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NVIDIA: chegou o momento de vender?

Com uma valorização impressionante de 168% desde o início do ano, a NVIDIA não só ultrapassou a Microsoft, como está prestes a desafiar a Apple pelo título de empresa mais valiosa do mundo. As notícias e os relatórios recentes destacam uma procura “louca” pelos produtos da NVIDIA, especialmente pelas novas GPUs Blackwell, sem dar sinais de abrandamento.

Mas até onde pode a NVIDIA continuar a crescer? Quando devem os investidores ponderar se estão a entrar numa bolha prestes a rebentar? Será este o momento de vender e garantir os lucros?

Louca pode parecer a avaliação atual de aproximadamente 3,2 triliões de dólares. No entanto, ao analisarmos os fundamentos da empresa — crescimento de receitas de 122% face ao ano anterior, margens operacionais de 60%, a solidez financeira e o seu domínio no mercado — torna-se difícil contestá-la.

Ainda mais difícil é ignorar o peso dos seus clientes e parceiros estratégicos, como a Meta, Microsoft, Amazon e Google, além de projetos como os da OpenAI, que têm o capital e a ambição para liderar a corrida pela inteligência artificial a qualquer custo.

Avaliar uma empresa apenas pela variação do preço da ação é um erro. Esta é talvez a métrica menos relevante. Uma valorização de 2.700% nos últimos anos não significa necessariamente que a ação esteja sobrevalorizada, tal como uma queda de 70% não torna uma ação automaticamente barata. O que realmente importa é que o crescimento do valor de mercado de uma empresa esteja acompanhado de lucros, cash flows e oportunidades que o sustentem.

Dada a performance atual da NVIDIA, a qualidade dos seus produtos e o seu papel central num cenário empresarial e tecnológico que promete redefinir a forma como os produtos e serviços são desenvolvidos a nível global, com um forward PE a rondar os 32, parece-me um investimento atrativo, mesmo que seja lógico esperar um abrandamento nas taxas de crescimento.

É irrealista esperar que as vendas continuem a crescer mais de 100% ano após ano. No entanto, ainda estamos nos primeiros passos da inteligência artificial, um mercado com um potencial gigantesco. A posição atual da NVIDIA oferece-lhe uma vantagem competitiva, sugerindo que ainda há oportunidades para continuar a gerar valor aos seus acionistas a médio-longo prazo.

Naturalmente, esta perspetiva não é definitiva. A avaliação que fazemos da empresa deve ser constantemente revista, à medida que surgem novas informações sobre o seu desempenho financeiro e que o contexto de mercado evolui. Além disso, por estarmos numa fase inicial de uma tecnologia emergente, há sempre o risco significativo de disrupções.

Rodrigo: