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O argumento bearish soa sempre mais inteligente

Quando o mercado regista uma queda mais acentuada, surgem autocarros de especialistas a afirmar: “Vem aí uma recessão! O mercado está sobrevalorizado!” Tal como diz Peter Lynch: “O argumento bearish soa sempre mais inteligente.

Sim, uma recessão é inevitável. Mas acreditar que podemos prever com exatidão quando ela ocorrerá e sair do mercado no ponto ideal é uma ilusão. Infelizmente, não se vendem bolas de cristal na Amazon.

A questão mais antiga e provavelmente mais valiosa no investimento é esta: “Time in the market” vs. “Timing the market.”

Se decides sair do mercado para evitar possíveis perdas, nada te garante que vais entrar a tempo dos melhores dias da sua recuperação. Lynch ilustra isso no seu livro One Up on Wall Street: se tivesses investido 100.000 dólares a 1 de julho de 1994 e mantido o investimento durante cinco anos, terias cerca de 340.000 dólares. Mas, se tivesses perdido apenas os 30 melhores dias de ganhos do mercado, o teu investimento cairia para uns mais modestos 150.000 dólares. O dobro da recompensa foi para quem se manteve no mercado.

Vale a pena ouvir quem sabe: “Não quer dizer que não exista um mercado sobrevalorizado, mas não vale a pena preocupar-se com isso.

Três notas de Peter Lynch para ajudar a manter a calma:

  • Se verificasses os preços das ações apenas a cada seis meses, como quem verifica o óleo do carro, evitarias o ruído e tomarias decisões de investimento muito mais racionais.
  • As ações não são bilhetes de lotaria. Há uma empresa real por trás de cada ação. Se a empresa cresce e gera lucros, as suas ações irão refletir esse crescimento. Quem detém boas empresas é recompensado.
  • Desde a Segunda Guerra Mundial, os lucros corporativos aumentaram 55 vezes e o mercado de ações subiu 60 vezes. Quatro guerras, nove recessões, oito presidentes e até um impeachment não alteraram essa tendência de crescimento a longo prazo.
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Rodrigo: